“Recomendo, irmãos, que tomem cuidado com aqueles que causam divisões e põem obstáculos ao ensino que vocês têm recebido. Afastem-se deles. Pois essas pessoas não estão servindo a Cristo, nosso Senhor, mas a seus próprios apetites. Mediante palavras suaves e bajulação, enganam o coração dos ingênuos” Romanos 16. 17-18.
Eu fiz um pacto de silêncio sobre o assunto chamado Caio Fabio, mas vou quebrar o voto solitário. Não podemos conter a inspiração do exercício profético de denunciar as injustiças e as doutrinas enganosas, levar com a ousadia de João Batista o soar das trombetas da verdade acima de tudo, mesmo que venha a perseguição e o martírio.
Faço este texto com tristeza no coração. Lamento muito assistir à degeneração deste homem que foi muito importante para o universo evangélico. Mas é possível tirar grandes lições e não cometer mais este grave erro de seguir cegamente lideranças religiosas que se apostatam da sã doutrina!
Por que defino este sujeito como guru? Porque sempre em toda a sua existência no movimento cristão ou fora dele […] ele foi, é e será esta figura caricaturada de guru. Nunca foi um expositor da Palavra, mas um coach, pregando uma mistura de temas bíblicos com autoajuda.
Caio Fabio não é louco, longe disso! As histórias sobre o sedutor que arrastava multidões entre as décadas de 80 e 90 são impressionantes. Uma expansão de poder que envolvia política, mídia, públicos, ONGs, vídeos e vendas de literatura com lucros absurdos. Uma máquina de fazer dinheiro. Veio o famoso escândalo e em pouco tempo, o fim do império financeiro!
O texto não tem por finalidade uma investigação da sua conduta moral. A ideia é analisar suas interpretações maliciosas, equivocadas – somando sua obsessão pelas câmeras, revelando dois componentes da sua personalidade: narcisismo de fala efeminada e a síndrome de vampirismo.
Como um viciado em entorpecentes, Caio necessita dos holofotes, das mídias porque sabe que através delas terá público para nutrir seu imenso ego. Não aprendeu absolutamente nada com o sofrimento, antes, foi possuído e sua mente se tornou casa do diabo.
Ele afirmou no podcast Flow que no templo de Salomão um dos elementos que compunha a mesa do cerimonial, era a maconha. O “cânhamo” usado nas cerimônias e na composição do incenso teria alguma relação com a droga? Segundo o site HempMeds, “é importante entender que o cânhamo e a maconha são plantas da mesma espécie, a Cannabis sativa. No entanto, ambas são geneticamente distintas e geralmente utilizadas para finalidades diferentes”.
No caso do templo, a erva era queimada como incenso e exalava um perfume doce que tomava o ambiente. Não existe registros bíblicos e históricos de que os sacerdotes fumavam e ficavam entorpecidos!
A suposta conexão entre qaneh-bosem e a cannabis simplesmente não é real e o guru sabe, mas usa de malícia no seu raso argumento. Note primeiro que qaneh-bosem são duas palavras em hebraico, não uma. E as palavras são traduzidas: qaneh significa um talo ou junco, e bosem significa ‘cheiro doce’.
Alguns estudiosos traduzem as palavras juntas para se referirem à ‘cana aromática’, ‘cana perfumada’ ou ‘cana-de-cheiro’, e outros ‘cálamo doce’ ou ‘cálamo perfumado’.
Mas nem um único léxico acadêmico de hebraico bíblico no mundo associa essas palavras com a erva do capeta. Também por centenas de razões fonéticas e linguísticas, que a palavra cannabis, que vem do grego kannabis, não está relacionada a essas duas palavras hebraicas.
Segundo o teólogo Michel Borges, “conforme Caio Fábio diz no vídeo, encontraram resquícios de cannabis num dos altares de Tel Arad. Em primeiro lugar, Tel Arad era um templo sincretista de Israel que, ao que tudo indica, estava desassociado e em ruptura com o templo de Jerusalém (talvez fosse até seu concorrente). Segundo: o resquício não pode ser datado com certeza absoluta dos tempos bíblicos, pois a amostra estava contaminada. Terceiro: a etnologia proposta entre Moisés e cannabis chega a ser ridícula do ponto de vista acadêmico”.
O guru dos desigrejados também faz um canal com a possibilidade de Jesus ter experimentado a tal erva ou negligenciado o tema da erva queimada, que Caio traduz como maconha, já que o Cristo teria vivido numa época que “se fumava” muita cannabis e pela lógica, Cristo viu e não denunciou o pecado – ou como mestre que pregava no templo, teria feito uso.
Mas o que afirma o senhor guru de Varginha, é sem base bíblica e contextualmente fragmentado, claro, ele defende que Jesus é a “chave hermenêutica” (outro problema teológico) que contextualiza tudo, abre tudo. Segundo esse mesmo Caio, a Bíblia contém partes da Palavra de Deus.
O guru verde é bem consciente da sua guerra contra o cristianismo. Ele não se importa com exegese, cuidado ou ética. Se precisar forçar uma ideia no texto para atender sua agenda narcisista, sua necessidade obsessiva de aparecer nas câmeras, faz sem senso moral e sem compromisso com os fracos na fé. Alguns afirmam que ele está senil, outros que ele é só um herege. Eu acredito que ele é possesso, consciente da sua própria escuridão.
Penso na trajetória deste homem e, concluo que ele sempre foi assim. Nós (e me incluo) é que não observamos o ensino do nosso mestre, que disse: “Cuidado, que ninguém vos seduza’’ (Mateus 24.4). Que Deus tenha misericórdia do seu povo, assim como Caio Fabio, muitos falsos surgirão e enganarão milhares de pessoas.
Que tempos!
Eis o link das suas declarações infames ao Flow: