Uma pesquisa realizada pelo Instituto Gallup apontou que a confiança dos americanos no ensino superior vem diminuindo nos últimos anos, ficando apenas em 36% entre os pesquisados, uma taxa bem inferior às duas leituras anteriores realizadas em 2015 (57%) e 2018 (48%).
Os pesquisadores acreditam que o aumento dos custos de acesso à educação superior é um fator de influência sobre esse resultado, mas quero ir além dessa questão, pois não é surpresa para ninguém que acompanha o desenrolar da cultura atual, que o ensino tem sido alvo de inúmeras críticas.
A principal delas diz respeito à doutrinação ideológica nas salas de aula, uma realidade observada no mundo inteiro. Basicamente, se trata da substituição do conhecimento objetivo pelo ensino de narrativas que visam desconstruir verdades consolidadas pela ciência, como a determinação biológica dos sexos macho e fêmea, por exemplo.
Sexualidade, meio ambiente, artes, tratamentos de saúde e até religião se tornaram alvos de discussões polêmicas que passaram a ocupar, também, o debate público em redutos foram do contexto acadêmico, tornando-se questões familiares para o senso comum, que, graças à circulação facilitada de informações, tem se preocupado mais com esses temas.
Tudo isso pode ter contribuído para que a desconfiança no ensino superior seja o reflexo de uma educação realmente em frangalhos, onde jovens estão sendo “aliciados” para militar em prol de causas meramente ideológicas, sem respaldo científico e controladas por um grupo de engenheiros culturais cujos interesses não são, necessariamente, o desenvolvimento humano, mas o seu controle.
A situação parece tão dramática que até mesmo a ciência, enquanto método e conceito, tem sido questionada, não por leigos, apenas, mas também por profissionais renomados que são do meio acadêmico e vêm reconhecendo o prejuízo da contaminação ideológica nas salas e laboratórios.
Ou seja, os conhecimentos adquiridos que lançaram as bases da civilização moderna, sobre os quais edificamos arranha-céus e chegamos à Lula, já não possuem o mesmo nível de credibilidade de antes, não por ausência de fatos concretos, mas porque a ideologização da educação tem corroído a percepção de mundo dessa geração.
Essa desconfiança também parece percebida nas famílias, onde pais e mães têm demonstrado preocupação com a qualidade do ensino ofertado aos filhos. Ao povo cristão, líderes e empresários, talvez esta seja uma ótima oportunidade para investir na oferta de ensino confiável – escolas e universidades.
Igrejas podem e devem encarar a educação como uma das suas prioridades, e aqui está um cenário que pode servir, também, como campo missionário, não proselitista, mas compromissado unicamente com a verdade, já que tudo o que é verdadeiro reflete os fundamentos da criação e, consequentemente, a glória de Deus.